sábado, 26 de abril de 2008

Senhor da culpa

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Eu, senhor da culpa,
Vou despertando uma vida que só me desanimara
Cansando-me de viver e reler o passado
Pra perceber que nessa vida,
Mágoa jogada no escuro não sara.
Que ferida que se cala não se cura.
Que a vida se vai, e se vai pra nada.
E que por ela toda passei sendo a voz que cala...
Sendo máscara de plástico na estante
Sendo a farsa do encanto na escada
Sendo o breque que falha na freada
Sendo, de todo momento, um instante
O príncipe caído do cavalo
O custo montante de um erro sem reparo,
E o cutucar de uma dor constante,
Que sem consolo e sem amparo
Se torna preço caro pra se levar adiante...

3 comentários:

  1. Eu sempre gosto do que leio quando venho aqui. Nunca fico rasa de poesia nesse espaço.

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  2. Se toda autocrítica virar poesia, meu mundo vai ter mais alegria. (ainda que isso custe um pouco a sanidade de quem escreve a dor)

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  3. Muito bom !
    Gostei do seu estilo de demonstrar sua forma de pensar.

    *indicação de Nina !!!
    uwheuwheuweu
    beejos ;*

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