quarta-feira, 9 de abril de 2008

Grão

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Aos incompreensíveis, de ouvidos impacientes pras lamúrias alheias:
Somos todos confundíveis!
Ignorantes conscientes (?)
Ou pequenos grãos de areia?
Numa praia infinita?

Se for, não faz sentido
Que ajas assim comigo
Pensando ser grão melhor que eu
Agindo como age um fariseu
Que acha que melhor está
Por se encontrar mais perto do mar.

O mar, como devia ser do conhecimento seu
Vai te desgastar o grão, até, enfim, te esfarelar
Tornar-se-á, então, grão pequeno como eu
E como fortaleza que pereceu
Sua triste sobra afundará
No esquecimento da imensidão que há
Na ressaca de um mar que enlouqueceu.

E, pior que ser como eu,
Areia sob o sol quente,
Será ser grão que ser perdeu
E aí sim será n’água diferente
Pois do atol se faz ausente
Onde, sob o sol, estão presentes
Todos os grãos de areia como o seu.

Um comentário:

  1. Primeiro lugar: belissimo poema, a sua visão é singular e ao mesmo tempo inclui..

    E em segundo, ah, o poema não foi pro J! Foi pra um ex-caso meu, João. Mas eu não ia nomer com o nome dele né? Ficaria muito explicito... hahahahaha
    não posso fazer um peoam ex caso pro J, só um poema ode ao talento ;)

    mas, que bom que vc gostou do poema!
    =***

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