sexta-feira, 11 de julho de 2008

Paliativos Definitivos

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Sentado no canto mais escuro do quarto
Sentia gotejar um peso em meio ao cenho
O sangue que n’outrora fora jorrado
N’estante cria formas que parecem desenhos
São como as nuvens de um céu avermelhado
Estranho e triste e aconchegante ao mesmo tempo
Escorre espesso pelo chão quadriculado
Pinta no teto maculado, hipnotizantes damas de vento

Um calafrio te percorre a espinha
O sol insiste em não querer nascer
- Sua noite vai ser melhor que a minha
Dizes ao corpo olhando vagamente pra você
É aliviante... Mas também apavorante
A sensação de não mais ter um amor destrutivo
Desesperador... E instigante.
E amanha? Como vai ser o dia sem castigo?

Seu coração se esvazia do rancor
É hora de se levantar, pegar a pá, se recompor!
- Nunca vamos nos separar, meu amor!
- Nunca vamos nos separar!
Eternamente vigiarei teu corpo imerso nesse torpor
Dia após dia, cuidar da terra que conserva seu calor.

3 comentários:

  1. dizem que essas são as terras mais férteis. por isso mesmo acredito que não acaba ali.

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  2. Escreva mais, fico carente da sua poesia não óbvia.. :)

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  3. Desculpe a intromissão, é que preciso dizer:
    - Amigo você tem o talento.

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